Safra tem R$ 16 mi de prejuízo em São Pedro

Segunda-feira, 07 de março de 2016

Última Modificação: 07/03/2016 16:13:46 | Visualizada 2146 vezes

Com aproximadamente metade da soja perdida devido às chuvas, prefeitura age para decretar estado de emergência


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Os vinte e seis dias de chuvas ocorridos em fevereiro deste ano em São Pedro do Ivaí estão sendo implacáveis com parte da safra de soja do município. Oitenta por cento da produção ainda não colhida da principal cultura de verão da localidade foi comprometida, gerando cerca de R$ 16 milhões de prejuízo.  Para minimizar os danos, a prefeitura age para decretar estado de emergência.

Dados do Departamento de Economia Rural (Deral) apontam que São Pedro do Ivaí tem uma área de 9 mil hectares de plantio de soja. Conforme a Emater, cerca de 4,5 mil hectares estavam na terra durante as chuvas e, deste total, oitenta por cento foram perdidos. Considerando que cada hectare tem uma média de 62 sacas de produtividade, os prejuízos chegam a cerca de R$ 16 milhões.

Tão logo tomaram conhecimento da situação, técnicos da prefeitura, em parceria com entidades ligadas ao setor, agem na execução de medidas para minimizar os prejuízos. A secretaria municipal de Agricultura está fazendo um levantamento não apenas da soja, mas de todas as culturas atingidas pelas chuvas. Já o setor de Engenharia, está verificando os danos em pontes e estradas. Segundo a prefeita de São Pedro do Ivaí, Maria Regina Della Rosa Magri, tudo o que é possível está sendo feito. “Essa situação que estamos passando justifica que seja decretado estado de emergência”, informa a prefeita.

Agricultores revelam prejuízos

O agricultor sãopedrense Milton Jorge Dariva conta que restavam 25 hectares de soja quando começou as chuvas e esperava colher cerca de mil sacas de 60 quilos cada. Porém, devido às chuvas, só conseguiu 170 sacas (80%) com valor comercial. “Até agora, o que eu colhi foi para pagar as contas”, revela ele, se dizendo preocupado com a manutenção familiar e estrutura de produção. Uma alternativa, na sua avaliação, é recorrer ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e ao seguro agrícola.

Em quatro décadas de atividades agrícolas no município, o agricultor Domingos Dias Perpétuo afirma nunca ter visto um fevereiro com tanta chuva. “Até sábado passado (27-02), tínhamos 50% da safra colhida, com uma produção ótima que há muitos anos não se via. Mas, com essas chuvas, perdemos todo o restante.  Planto soja há 40 anos, e nunca vi uma época de colheita com tanta chuva. Na minha propriedade, choveu trezentos milímetros em dez dias. Não vejo quais providências podem ser tomadas. Contra a natureza, não há o que se fazer”, afirma seo Domingos.   

Técnicos visitam propriedades

Nos últimos dias, técnicos da prefeitura, da Emater e representantes do Sindicato Rural Patronal de São Pedro do Ivaí visitaram as propriedades para avaliar a situação. No último dia 29 de fevereiro, as áreas com soja apresentavam uma coloração escura, diferente do que deveriam apresentar nesta época do ano. Os grãos, que nesta fase do plantio já deveriam estar adequados para a colheita, são amassados com facilidade pelas mãos e exalam cheiro forte de podridão. A maioria brotou.

Emater: é situação preocupante

O técnico da Emater, Edilson Pini Inácio, avalia que quase 50% da safra de verão estava por colher até 29 de fevereiro. “Choveu de 2 a 28 de fevereiro, com um volume que variou de 2 a 57 milímetros. Durante esse período, foram 336 milímetros, segundo dados da Cocari”, revela ele, acrescentando que nos 26 dias de chuva, o tempo permaneceu quase sempre nublado, favorecendo os níveis de umidade do solo e do ar, além do “molhamento na superfície das folhas, ramos e vagem das plantas”. Ele considera a situação preocupante. “Em nossa visita, percebemos que há áreas totalmente perdidas”, finaliza.

Reflexos econômicos e sociais

A prefeita Maria Regina lembra que, apesar das indústrias existentes no município, São Pedro do Ivaí município predominantemente agrícola. “Com todo esse prejuízo no campo, ficará difícil para as pessoas afetadas honrarem com seus compromissos, comprometendo até seus orçamentos familiares”, explica a prefeita. “Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para minimizar esta situação com o objetivo de facilitar as negociações dos produtores com os agentes financeiros”, completa Maria Regina.

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